Personalidade Lapidada

Primeiramente, olá, nobre leitor.

Antes de chegar ao assunto propriamente dito, gostaria de escrever algo acerca do motivo que me leva a escrever alguns artigos nesta página... Bem, quando escrevo algo, é por que sinto que minhas palavras não serão em vão... Há uma fé implícita no leitor... Penso que o que escrevo poderá trazer algum benefício à alguém (temos que ser ousados)... O foco central do artigo a seguir é um assunto importante: a felicidade... Durante toda a nossa vida procuramos a tal felicidade... Notamos de nossa experiência de vida que algumas pessoas estão mais distantes da tal felicidade do que as outras... Pra falar bem a verdade, nem sabemos exatamente o que é a tal felicidade... Cada um a concebe de uma maneira... Alguns relacionam felicidade com prazer... Acho não é apenas isso... Escreverei um artigo específico para isso... O leitor deve estar perguntado por que figuras de alguns mascarados? É que o assunto é personalidade "persona" e tem tudo a ver com máscaras. Se quiser ler um pouquinho sobre máscaras, leia: personalidade.

Vamos então à questão da personalidade lapidada que é o título deste artigo...

A nossa vida foi construída através de uma sociedade em que vivemos, de livros, de experiências pessoais, das relações com nossa família... Desde o momento em éramos feto, fomos recebendo informações do meio externo (haviam pessoas conversando ao nosso redor, nossa mãe se relacionava com certas pessoas...) e assim fomos nos formando. A nossa mãe, enquanto grávida, experimentava as mais variadas sensações através de estímulos externos ou de pensamentos próprios. Estas sensações foram transferidas para o feto através dos fluidos corpóreos (por exemplo adrenalina... através do contato sangüíneo feto-mãe... o medo da mãe é transferido... enfim não me estenderei muito nesse assunto que é vasto). Assim, quando nascemos, já carregamos uma "personalidade", digamos uma pseudo-personalidade. Não é bem personalidade, por isso que coloquei a expressão entre aspas...

Bom, depois do nosso nascimento, vamos tomando contato com pessoas e certamente somos "obrigados" a viver do modo em que somos submetidos. Eu digo o modo de vida pobre ou rico, com muitos preceitos morais ou com poucos preceitos morais, com muita religiosidade ou com pouca religiosidade, com bastantes livros ou com poucos livros, com dinheiro ou sem dinheiro, com saúde ou sem saúde, viajando para outros países ou nunca saindo na cidade em que nasceu, vivendo em paz ou vivendo atormentado, sendo agredido enquanto criança ou recebendo muito carinho... enfim poderia enumerar um milhão de circunstâncias possíveis...

Raramente, um ou outro ser humano se dá conta de que viveu sob algumas amarras ou algemas a vida toda... Raramente se dá conta que foi "lapidado". Esse termo lapidado eu ouvi pela primeira vez numa música grupo musical "Facção Central" que numa das letras das músicas aparece o termo "caráter lapidado". Caráter lapidado, na minha opinião, é o caráter formado com leitura, análise, reflexão, convicção...

Infelizmente, ocorre muito a formação do caráter através de ideologias e interferência excessiva do meio externo. Deveria ser fruto da conscientização do próprio ser. De quem somos, do que buscamos, dos nossos verdadeiros propósitos...

Vamos a um exemplo de formação de personalidade (dizem que palavras convencem, mas exemplos arrastam!!!!). Um dia no ano de 1997, indo ao trabalho, vi duas crianças: uma bem pobrezinha, com roupa suja e rasgada, aparentava ser bem tímida, com a cabeça baixa, enfim observando um pouco mais nota-se que teve uma vida de dificuldades submissão, possivelmente uma vida "sofrida". A outra criança estava bem limpa com belas roupas, era bastante extrovertida... Parece que nossa personalidade vai sendo lapidada pelas relações sociais as quais ficamos submetidos...

Por conta de alguns seres humanos (diria que são mais parecidos com porcos do que seres humanos) que se apoderam dos bens materiais, para alguns resta-lhes apenas as migalhas... Alguns se apossam dos bens (talvez deve ser o direito divino, em que o(s) deus(es) forneceram-lhe todos esses bens materiais em detrimento dos pobre que não merecem nada - só ironizando mesmo...), acho que Deus ou os deuses imaginam que uns merecem mais que os outros... É engraçada essa gente rica: eles vão com bandeirinhas brancas na praia de Copacabana pedir paz, mas nunca falam em repartir o que tem, em ajudar o próximo. Que paz que eles querem? Deve ser a paz de ficar longe de pobres, deve ser a paz para viajar para a Europa, deve ser a paz para fazer orgias regadas a um bom vinho com prostitutas...

Voltando ao assunto de formação da personalidade... A sociedade acha bonito uma criança extrovertida, "simpática",... a criança que é "fechada" é condenada, é marginalizada desde criança... Como que uma criança que teve sua personalidade lapidada no sofrimento, na submissão, na dificuldade do dia-a-dia, vai conseguir ser verdadeiramente feliz? Bom, tem que ficar longe dos livros... Sabe por que? Por que nos livros ela vai perceber a realidade que a cerca, vai notar que todas as privações de sua vida foram causadas por algum grupo safado e aproveitador (macacos ligeiros) que se apoderaram dos bens disponíveis. Bom, mas já que a criança foi sendo lapidada sob a submissão, é bem provável que ela fique longe de livros, seja uma pessoa "trabalhadora" (como se ser trabalhador fosse algo de valor moral elevado!). Então a criança pobre e submissa vira adulto, trabalha umas 8h por dia, vai para casa assiste umas porcarias dumas novelas para se alienar mais ainda, toma um álcool para amortecer o sofrimento e segue sua vida miserável numa tremenda ilusão, numa tremenda cegueira...

Muitas vezes não entendemos por que estamos tristes, não entendemos por que agimos de determinada forma com as pessoas... Pense um pouco como foi sendo lapidada a sua vida... Veja o que houve de errado na construção do seu "eu". Quebre as algemas, busque a liberdade...

Para finalizar, tentarei resumir tudo o que escrevi: A nossa personalidade foi sendo lapidada através de nossas experiências de vida. Faça uma análise de tudo o que pode ser aproveitado, mas livre-se de tudo o que não lhe conduz à felicidade. Jogue o fardo do sofrimento num penhasco, corte o cordão umbilical que te aprisiona.

Por causa de uma burguesia podre, bastarda, doentia e demoníaca que se apoderou dos recursos (de alguns recursos que são de todos) e deixou a maioria das pessoas na pior (pra não usar outra palavra)... e assim a sua grande maioria fica só com migalhas e daí vai formando uma "personalidade", a personalidade do perdedor, a personalidade do fraco, da pessoa que pensa na impossibilidade, que só pensa em sobreviver, só pensa na refeição de amanhã, que vive sob à sombra da felicidade, sob a sombra de tudo, que não pode pensar em viajar, que não pode viver, que tem que aceitar tudo...

Espero que o que escrevi tenha sido útil à alguém. Não é um manual de auto-ajuda do perdedor!!!! Trata-se de uma análise que eu nem deveria estar perdendo tempo em fazê-la, pois todo o ser humano, razoavelmente inteligente, deveria perceber tudo o que escrevi e fazer alguma coisa para mudar esse mundo que vai de mal a pior!!! Espero que tenham notado no que escrevi anteriormente que pode haver uma relação entre distribuição de riquezas e felicidade pessoal!!!!