Por que os livros do Leandro Narloch da série "guia politicamente incorreto" são ridículos?
Os livros da série Guia Politicamente Incorreto, do jornalista Leandro Narloch, são considerados "ridículos" por alguns críticos e leitores por diversos motivos, dependendo da perspectiva ideológica, acadêmica ou histórica. Abaixo estão os principais pontos de crítica:
1. Revisão histórica sem rigor acadêmico
Muitos historiadores acusam Narloch de fazer uma "revisão" da história com pouca base documental ou com uso seletivo de fontes. Ele frequentemente privilegia interpretações que contradizem o consenso acadêmico sem apresentar fundamentação sólida, o que gera a acusação de "revisionismo superficial".
2. Sensacionalismo
Os livros são escritos em tom provocador, buscando chocar ou contrariar o senso comum. Isso os torna populares, mas também alimenta a percepção de que são mais voltados para o entretenimento do que para a educação ou a pesquisa séria.
3. Descontextualização histórica
Críticos apontam que Narloch frequentemente tira eventos ou declarações de contexto, o que pode distorcer a realidade dos fatos. Por exemplo, ao minimizar crimes da ditadura militar ou questionar o papel de figuras como Zumbi dos Palmares, ele pode simplificar questões complexas.
4. Viés ideológico
Apesar de se apresentar como "politicamente incorreto", muitos enxergam nos livros um viés liberal-conservador, que busca desacreditar movimentos sociais, ideologias de esquerda e narrativas progressistas. Isso faz com que muitos considerem a obra mais ideológica do que investigativa.
5. Problemas metodológicos
Acadêmicos apontam ausência de metodologia de pesquisa histórica adequada. Os livros raramente citam fontes primárias e muitas vezes referenciam outros autores "revisionistas", sem diálogo com o corpo mais amplo de historiadores.
Exemplo de críticas específicas:
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No Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil, há tentativas de "reabilitar" personagens como os bandeirantes, pintando-os mais como empreendedores do que como agentes de massacres indígenas — algo que historiadores veem como uma romantização problemática.
Os livros da série Guia Politicamente Incorreto, de Leandro Narloch, não são oficialmente vinculados à extrema direita, mas eles têm afinidades ideológicas com certos discursos e valores que são comumente promovidos por esse espectro político — especialmente no Brasil da última década. Vamos detalhar:
✅ Sem vínculo formal, mas com convergência de ideias
Narloch não pertence a nenhum partido nem milita abertamente por grupos da extrema direita. No entanto, suas ideias frequentemente ecoam posições defendidas por setores conservadores ou da nova direita brasileira, incluindo:
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Críticas a movimentos sociais, como o feminismo, o MST e o movimento negro;
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Revisão do papel da ditadura militar, minimizando crimes ou justificando ações autoritárias;
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Desconfiança de narrativas “progressistas” na educação, na cultura e na história;
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Exaltação de valores liberais econômicos (pró-mercado, anti-Estado).
Essas pautas são comuns em discursos de influenciadores e políticos da nova direita e da extrema direita, especialmente no Brasil pós-2013.
🤝 Aproximação com figuras da nova direita
Leandro Narloch já foi colunista da Veja, do Gazeta do Povo e da CNN Brasil — veículos que, em momentos diferentes, abrigaram colunistas com visões alinhadas à nova direita. Além disso:
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Ele já participou de eventos ao lado de liberais-conservadores como Rodrigo Constantino e outros ligados ao Instituto Millenium.
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Seus livros foram bastante citados e promovidos por influenciadores bolsonaristas — inclusive por membros do governo Bolsonaro, que os viam como obras "corajosas" contra a "hegemonia esquerdista".
🧭 Diferença entre liberalismo e extrema direita
É importante distinguir: Narloch se define como liberal clássico (pró-mercado, pró-liberdade individual), enquanto a extrema direita no Brasil tem traços autoritários, militaristas e religiosos. Ainda assim, há sobreposição em pautas culturais e revisionismos históricos, o que torna sua obra atraente para esse público.
📚 Conclusão
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Não é propaganda direta da extrema direita, mas sim um discurso liberal-conservador que, em muitos momentos, serve de referência ou reforço argumentativo para setores extremistas.
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Os livros funcionam como uma espécie de "trampolim intelectual" para ideias que circulam nesse meio.
Resumo dos conteúdos dos livros:
Abaixo há um resumo do conteúdo principal de cada livro da série Guia Politicamente Incorreto do Leandro Narloch, com foco nas ideias centrais e no que ele tenta “desconstruir”:
📘 Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil (2009)
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Objetivo: Questionar heróis e narrativas tradicionais da história brasileira.
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Exemplos: Minimiza a importância de Zumbi dos Palmares, defende os bandeirantes como empreendedores, relativiza a exploração do trabalho escravo.
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Tese central: A historiografia oficial romantiza figuras e eventos; ele propõe versões mais "realistas" ou "cínicas".
📕 Guia Politicamente Incorreto da América Latina (2011)
(coautoria com Duda Teixeira)
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Objetivo: Criticar líderes de esquerda e mitos revolucionários latino-americanos.
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Exemplos: Critica Che Guevara, Fidel Castro, Hugo Chávez e outros, chamando-os de autoritários e populistas.
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Tese central: Movimentos socialistas na América Latina causaram atraso e miséria.
📙 Guia Politicamente Incorreto da História do Mundo (2013)
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Objetivo: Contestar vilanizações e romantizações na história mundial.
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Exemplos: Reavalia figuras como Winston Churchill, os vikings, e até Adolf Hitler, com foco em aspectos econômicos ou culturais.
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Tese central: A história contada por vencedores ou progressistas omite verdades inconvenientes.
📗 Guia Politicamente Incorreto da Economia Brasileira (2015)
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Objetivo: Defender o liberalismo econômico e criticar o papel do Estado.
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Exemplos: Argumenta que o Brasil cresceu mais com menos intervenção estatal; critica o populismo econômico de governos como o de Getúlio Vargas, Lula e Dilma.
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Tese central: A esquerda e o estatismo são os maiores obstáculos ao desenvolvimento econômico do país.
📓 Guia Politicamente Incorreto da História da Independência (2019)
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Objetivo: Revisar a narrativa tradicional da independência do Brasil.
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Exemplos: Mostra Dom Pedro I como pragmático e interessado em manter privilégios; reduz o papel de personagens populares e idealistas.
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Tese central: A independência foi mais fruto de acordos e interesses de elites do que de lutas populares.
Estilo geral da série:
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Tom provocador e informal, com frases de efeito.
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Uso frequente de generalizações, anedotas e questionamento de "verdades estabelecidas".
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Pouca profundidade acadêmica, mas forte apelo a leitores que desconfiam da "versão oficial" da história.